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ABA - Análise do Comportamento Aplicada

 

     O termo ABA, uma abreviação de "Applied Behavior Analysis", traduzido como Análise do Comportamento Aplicada, refere-se à parte prática da ciência do comportamento. Essa abordagem envolve tanto a pesquisa quanto a aplicação de tecnologias para solucionar problemas humanos. Um campo em que essas tecnologias têm demonstrado uma eficácia significativa é o tratamento de pessoas com Desenvolvimento Atípico, especialmente aquelas diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA - CID F.84.0).

   As intervenções visam o desenvolvimento simultâneo de habilidades em diversas áreas, como habilidades sociais, cognitivas, linguísticas e resolução de problemas comportamentais, redução de comportamentos agressivos ou problemáticos.

    É o uso científico dos princípios da abordagem comportamental para desenvolver, manter e aumentar comportamentos desejados e diminuir comportamentos indesejados. Envolvendo uma série de diferentes estratégias, que podem ser utilizadas em variadas situações para modificar ou ensinar novos comportamentos (Anderson, 2007, p. 10).

   A terapia comportamental baseada em ABA tem se mostrado benéfica tanto para os clínicos quanto para os indivíduos em tratamento, pois envolve a observação e análise das condutas verbais e não verbais não apenas no ambiente clínico, mas também em casa e na escola. Isso permite reunir dados relevantes que abrangem todo o contexto do tratamento (WINDHOLZ, 2002).

   O método ABA tem como objetivo estudar a influência do ambiente e analisar as possíveis hipóteses e interferências desse ambiente no comportamento da criança autista. Além disso, busca compreender os procedimentos comportamentais e as interações constantes, visando a conquista de mudanças significativas (WINDHOLZ, 2002).

Essa abordagem terapêutica oferece aos clínicos e profissionais envolvidos no tratamento do autismo uma perspectiva mais abrangente e embasada cientificamente para compreender e intervir no comportamento das crianças autistas. Ao utilizar técnicas de análise comportamental, é possível obter informações valiosas que contribuem para um tratamento mais eficaz e direcionado às necessidades individuais de cada criança (WINDHOLZ, 2002).

    Nesse sentido, o método ABA tem como propósito ensinar intencionalmente indivíduos com autismo a substituir comportamentos inadequados por comportamentos mais apropriados.

Conforme apontado por Lear (2004), essa mudança de paradigma comportamental requer uma análise e investigação da origem do comportamento problemático, seguida pelos objetivos de intervenção da metodologia, que incluem trabalhar nas áreas de déficits, reduzir comportamentos indesejados, desenvolver habilidades e promover a interação social.

   Dessa forma, o método ABA busca proporcionar um ambiente de aprendizagem estruturado e individualizado, onde o autista possa adquirir habilidades necessárias para uma vida mais autônoma e satisfatória, substituindo comportamentos desfavoráveis por comportamentos mais apropriados e funcionais.

   O foco está em promover mudanças significativas no comportamento, visando o bem-estar e o desenvolvimento positivo da pessoa com autismo. No entanto, é importante ressaltar que o processo de avaliação comportamental desempenha um papel crucial na identificação e compreensão dos aspectos relacionados à criança autista e sua interação com o ambiente. Através dessa avaliação, busca-se compreender o repertório de comunicação da criança, sua relação com o ambiente, a função dos seus comportamentos, as razões pelas quais ocorrem ou não, e as consequências desses comportamentos (LEAR, 2004).

    Dessa forma, a avaliação comportamental no contexto da metodologia ABA tem como objetivo principal obter informações diferenciadas sobre as habilidades, necessidades e desafios específicos da criança autista. Isso permite que os profissionais possam desenvolver um plano de intervenção individualizado e adequado às necessidades da criança. Ao compreender melhor o funcionamento do comportamento da criança, é possível direcionar as estratégias de intervenção de forma mais efetiva.

   O processo de avaliação comportamental no ABA ajuda a identificar os pontos fortes da criança, áreas que precisam ser desenvolvidas e comportamentais. Nesse contexto, a fim de obter uma compreensão mais aprofundada do progresso desse procedimento executado no ABA, é imprescindível ter conhecimento de que: um programa de ABA frequentemente começa em casa, quando a criança é muito pequena. A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica também pode beneficiar crianças maiores e adultos.

    A metodologia, técnicas e currículo do programa também podem ser aplicados na escola. A sessão de ABA normalmente é individual, em situação de um para um, e a maioria das intervenções precoces seguem uma agenda de ensino em período integral, algo entre 30 a 40 horas semanais (Lear, 2004, p. 11).

     É possível afirmar que essa abordagem do ABA tem o potencial de melhorar a qualidade de vida tanto da criança com autismo quanto de toda a família, pois promove o desenvolvimento cognitivo e educacional, oferecendo um processo integrado e 15 significativo para a criança, levando em consideração suas necessidades individuais (LEAR, 2004).

Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)

 

      Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é um transtorno psiquiátrico complexo caracterizado por alterações de humor que variam de níveis extremos, conhecidos como episódios maníacos ou hipomaníacos, episódios depressivos. Essas mudanças de humor podem ser angustiantes e perturbadoras, impactando todos os aspectos da vida de um indivíduo, incluindo trabalho, escola e relacionamentos.

     Há diversas causas potenciais, incluindo genética, estrutura e função cerebral e fatores ambientais podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno, a condição é frequentemente hereditária, indicando um componente genético em sua manifestação.

Além da predisposição genética, as anomalias na estrutura e função cerebrais, tais como alterações na química cerebral, podem desempenhar um papel no aparecimento do transtorno,  altos níveis de estresse, experiências traumáticas e abuso de substâncias, também têm sido associados ao desencadeamento ou exacerbação da condição.

       Existem diferentes tipos de transtorno bipolar:

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  • O transtorno bipolar I:  envolve pelo menos um episódio de mania ou episódios mistos de mania e depressão.

  • O transtorno bipolar II: envolve pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo maior.

  • O transtorno ciclotímico: flutuações patológicas de humor sem que existam sintomas graves que caracterizem um episódio de depressão ou de mania.

  • Episódios depressivos: o humor é direcionado para a tristeza, pensamentos pessimistas, de culpa excessiva, de baixa autoestima e, ideação suicida pode estar presente. A psicomotricidade pode apresentar-se reduzida e lentificada, com dificuldade para realizar tarefas simples e mover-se, com sensação de peso nas pernas, agitação psicomotora, com intensa ansiedade, prejuízos cognitivos, dificuldade de concentração e falha de memória (Guimarães-Fernandes et al., 2021).

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     O autocuidado em relação à higiene pode estar prejudicado, o sono e o apetite podem estar alterados e a libido pode estar diminuída ou inexistente. Em casos graves, podem aparecer sintomas psicóticos (Guimarães-Fernandes et al., 2021).

Episódios  maníacos: o humor apresenta-se eufórico ou irritável, aumento de energia e, frequentemente, diminuição da necessidade de sono, pensamento acelerado, há um aumento da autoestima, sensação de grandiosidade e confiança exagerada. Em casos graves, a mania pode cursar com sintomas psicóticos, catatonia e alterações da estrutura do pensamento (salada de palavras) (Guimarães-Fernandes et al., 2021).

      As causas exatas do transtorno bipolar não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos. Certos fatores de risco, como histórico familiar de transtorno bipolar, abuso de substâncias e eventos estressantes na vida, também estão associados a um risco aumentado de desenvolver o transtorno.

    O diagnóstico do transtorno bipolar envolve uma avaliação abrangente por um profissional de saúde mental, incluindo uma revisão dos sintomas, histórico médico e histórico familiar. O tratamento geralmente envolve uma combinação de medicação e terapia. Os medicamentos usados ​​para tratar o transtorno bipolar incluem estabilizadores de humor, antipsicóticos, antidepressivos e benzodiazepínicos.

     A terapia, demonstrou ser benéfica no tratamento do transtorno bipolar. É importante observar que pode levar algum tempo para encontrar a combinação certa de medicamentos e terapias que funcionem melhor para um indivíduo com transtorno bipolar, e o tratamento e o apoio contínuos são essenciais para controlar a condição e melhorar a qualidade de vida geral.

Medicamentos: Os medicamentos mais comumente prescritos para o transtorno bipolar são os estabilizadores de humor, anticonvulsivantes e, em alguns casos, antipsicóticos atípicos. Esses medicamentos ajudam a estabilizar o humor e prevenir episódios de mania e depressão. O médico psiquiatra é responsável por prescrever os medicamentos adequados e monitorar sua eficácia e possíveis efeitos colaterais.

      O acompanhamento médico periódico é essencial para monitorar o progresso do tratamento, ajustar a medicação, se necessário, e garantir uma abordagem abrangente, cada pessoa é única e pode responder de forma diferente ao tratamento do transtorno, é fundamental buscar ajuda especializada.

É importante o trabalho multidisciplinar, terapia medicamentosa, terapia emocional e apoio da família pode ajudar o paciente a ter uma melhor qualidade de vida.

Síndrome de Down

 

     É uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual. 

Síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, é uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica durante a divisão embrionária. As pessoas com a síndrome, em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três. Não se sabe por que isso acontece. Pessoas com síndrome de Down têm um cromossomo 21 a mais.

       Às vezes, pode ocorrer a translocação cromossômica, isso é, o braço longo excedente do 21 liga-se a um outro cromossomo qualquer. Nesses casos, portanto, não existe um cromossomo a mais, pois o 21 em excesso se encontra ligado a outro cromossomo.

     Mosaicismo (ou síndrome de Down com mosaico) é uma forma rara da síndrome (de 2% a 3%) em que parte das células apresenta trissomia do 21 e outra parte tem a quantidade normal de cromossomos. Essa diferença, no entanto, não reflete em diferenças significativas em relação a pessoas com síndrome de Down comum.

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Principais características da síndrome de Down:

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  • Alterações provocadas pelo excesso de material genético no cromossomo 21 determinam as características típicas da síndrome;

  • Olhos oblíquos semelhantes aos dos orientais, rosto arredondado e orelhas pequenas;

  • Hipotonia: diminuição do tônus muscular, que faz com que o bebê seja menos rígido e contribui para dificuldades motoras, de mastigação e deglutição, atraso na articulação da fala e, em 50% dos casos, problemas do coração;

  • Às vezes, a língua é grande, o que, junto com a hipotonia, faz com que o bebê fique com a boca aberta;

  • Mãos menores com dedos mais curtos e prega palmar única em cerca de metade dos casos;

  • Em alguns casos existe excesso de pele na parte de trás do pescoço;

  • Em geral a estatura é mais baixa;

  • Há tendência à obesidade e a doenças endócrinas, como diabetes e problemas como hipotireoidismo;

  • Cerca de 5% dos portadores têm problemas gastrointestinais;

  • A articulação do pescoço pode apresentar certa instabilidade e provocar problemas nos nervos por compressão da medula;

  • Deficiências auditiva e de visão podem estar presentes;

  • Maior risco de infecções (principalmente as otites, infecções de ouvido) e leucemias;

  • Comprometimento intelectual e, consequentemente, aprendizagem mais lenta.

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Diagnóstico da síndrome de Down:

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  • Durante a gestação, o ultrassom morfológico fetal para avaliar a transluscência nucal (realizado entre 11 e 14 semanas) pode sugerir a presença da síndrome, que só é confirmada pelos exames de amniocentese e amostragem das vilosidades coriônicas.

  • Depois do nascimento, o diagnóstico clínico de síndrome de Down é comprovado pelo exame do cariótipo (estudo dos cromossomos), que também ajuda a determinar o risco, em geral baixo, de recorrência da alteração em outros filhos do casal. Esse risco aumenta quando a mãe tem mais de 40 anos.

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Tratamento da síndrome de Down:

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  • É essencial que bebês e crianças com síndrome de Down sejam acompanhados desde cedo com exames diversos para diagnosticar o quanto antes quaisquer anormalidades cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas, auditivas e visuais. Muitas vezes, o tratamento precoce pode até impedir que esses problemas cheguem a afetar a saúde do indivíduo.

  • Ao longo da vida, é importante manter um acompanhamento médico para avaliação geral e para monitorar o surgimento de fatores como obesidade ou qualquer outra condição que exija atenção, como apneia do sono.

  • O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha completa de orientação para cuidados com a saúde da pessoa com síndrome de Down de acordo com a fase da vida. 

  • Crianças com síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento para que sejam capazes de vencer as limitações que essa alteração genética lhes impõe. Como têm necessidades específicas de saúde e aprendizagem, exigem assistência profissional multidisciplinar e atenção permanente dos pais. O objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e a participação social.

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Recomendações para lidar com a síndrome de Down:

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  • A notícia de que uma criança nasceu com síndrome de Down causa enorme impacto nos pais e na família. Todos precisam de tempo para aceitá-la do jeito que é, e adaptar-se às suas necessidades especiais;

  • A estimulação precoce desde o nascimento é a forma mais eficaz de promover o desenvolvimento dos potenciais da criança com síndrome de Down. Empenhe-se nessa tarefa, mas procure levar a vida normalmente. Como todas as outras, essa criança precisa fundamentalmente de carinho, alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente acolhedor;

  • O ideal é que essas crianças sejam matriculadas em escolas regulares, onde possam desenvolver suas potencialidades, respeitando os limites que a síndrome impõe, e interagir com os colegas e professores. Em certos casos, porém, o melhor é frequentar escolas especializadas, que lhes proporcionem outro tipo de acompanhamento;

  • O preconceito e a discriminação são os piores inimigos dos portadores da síndrome. O fato de apresentarem características físicas típicas e algum comprometimento intelectual não significa que tenham menos direitos e necessidades. Cada vez mais, pais, profissionais da saúde e educadores têm lutado contra todas as restrições impostas a essas crianças.

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Perguntas frequentes sobre síndrome de Down:

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  • Existe algum fator que a mulher faça durante a gravidez que pode levar o bebê a ter síndrome de Down?

Não. A síndrome não é relacionada a hábitos durante a gestação.

  • A idade da mulher na gravidez influencia a probabilidade de a criança nascer com a síndrome?

Sim, a partir dos 35 anos o risco é maior, e aumenta conforme a idade avança.

  • Existem diferenças no esquema de vacinas para pessoas com síndrome de Down?

Crianças com SD devem seguir o Calendário Nacional de Vacinação e, além dessas, serem imunizadas contra hepatite A aos 12 e aos 18 meses, e contra a gripe anualmente. Em alguns casos, é recomendada a vacina Palivizumabe, que protege contra a infecção por vírus sincicial respiratório (VSR). Outras modificações podem ser necessárias; portanto, siga sempre a orientação do pediatra.

  • Quais são os direitos específicos de pessoas com síndrome de Down?

A legislação com direitos, benefícios e isenções para pessoas com SD é extensa. Dependendo de cada caso, podem ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a condições especiais de aposentadoria, por exemplo. Você pode consultar mais direitos em detalhes no site do Movimento Down.

  • Como lidar com a sexualidade de pessoas com síndrome de Down?

Como para qualquer pessoa, exercer a sexualidade é um direito de indivíduos com SD. Com o afloramento do interesse sexual e das curiosidades que podem surgir naturalmente, crianças e adolescentes devem ser orientados de forma transparente sobre o caráter privado de questões como masturbação e outras práticas. Também é essencial conversar e conscientizar sobre abuso sexual, pois pessoas com deficiência constituem um grupo mais vulnerável a esse tipo de violência.

  • Pessoas com síndrome de Down podem ter filhos?

Sim. Porém, a síndrome pode provocar alterações de fertilidade, principalmente os homens. Mulheres com SD também têm maior risco de sofrerem abortos espontâneos ou partos prematuros.

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Sugestões para o trabalho em sala de aula:

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  • Com a criança de pé, estimule-a a andar para os lados;

  • Andar como na música “Marcha soldado”. Ou seja, levantando o joelho até o peito enquanto anda, como se subisse pequenos degraus;

  • Brincar de andar como gente com pressa, de robô (ficando duro) e boneco de pano (ficando mole);

  • Construa um caminho para a criança andar no seu interior. Ele pode ser um túnel com móveis ou outros objetos no chão. A largura deve ser diminuída aos poucos, conforme a criança estiver mais segura;

  • Colocar objetos numa escada ou sofá e incentivar a criança a subir e pegá-los. Este é um treino para subir escadas mais tarde;

  • Alguns brinquedos são úteis para o desenvolvimento, como fazer um cavalinho de pau de um cabo de vassoura e triciclos de plástico, que são encontrados facilmente;

  • Dançar;

  • Colocar objetos sobre uma mesa e estimular a criança a pegá-los, de modo que ela cruze com o braço a frente do corpo, com um movimento de braços e também do tronco;

  • Jogos e Brincadeiras, para brincar é preciso certa organização, senão a criança ficará confusa e não produzirá.

  • Sistema motor fino e grosso:

  • Muitas crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular (hipotonia), o que pode afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode atrasar as fases do desenvolvimento motor, restringindo experiências dos primeiros anos, tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de aula, o desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.

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Estratégias:

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  • Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras melhoram com a prática;

  • Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar, apertar, construir etc.

  • Usar um grande leque de atividades e materiais multissensoriais;

  • Procurar que as atividades sejam o mais significativas e prazerosas possível;

  • Dificuldade de fala e de linguagem;

  • Crianças com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de fala e linguagem e devem ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que podem sugerir atividades individualizadas para promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem;

  • O atraso na linguagem é causado por uma combinação de fatores, alguns deles físicos e alguns devido a problemas cognitivos e de percepção. Qualquer atraso em aprender a entender e usar a linguagem pode levar a um atraso cognitivo. O nível de conhecimento e entendimento e, logo, a habilidade de acessar o currículo vai inevitavelmente ser afetada. Habilidades receptivas são mais desenvolvidas do que habilidades de expressão. Isso quer dizer que as crianças com Síndrome de Down entendem mais do que são capazes de expressar. Como resultado disso, as habilidades cognitivas destes alunos são frequentemente subestimadas;

  • Atraso na Aquisição da Linguagem;

  • Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor;

  • Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar vocábulos de conexão, preposições etc.), resultando num estilo telegráfico de discurso;

  • Habilidade para aprender vocabulário novo mais facilmente do que as regras gramaticais;

  • Maiores problemas em aprender e usar linguagem social;

  • Maiores problemas em entender linguagem específica apresentada no currículo.

  • Dificuldade em compreender instruções. Além disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da boca e da língua mais fracos torna a formação das palavras fisicamente mais difícil, e quanto maior a frase maiores ficam os problemas de articulação.

  • Problemas de fala e linguagem para estas crianças normalmente significam que menos oportunidades lhes são oferecidas para manter uma conversação. É mais difícil para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos costumam fazer perguntas fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem lhes dar tempo para falarem por si próprios nem ajudar para que eles consigam fazê-lo.

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A consequência disso é que a criança:

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  • Ganha menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade de aprender novas palavras e estruturas de período;

  • Tem menos oportunidade de praticar para tentar falar com mais clareza.

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​Estratégias:

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  • Dar tempo para o processamento da linguagem e para responder;

  • Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar;

  • Falar frente a frente e com os olhos nos olhos do aluno;

  • Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas;

  • Checar o entendimento – pedir para a criança repetir instruções dadas;

  • Evitar vocabulário ambíguo;

  • Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais;

  • Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a falar e a pronúncia;

  • Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto;

  • Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente;

  • Ensinar gramática com material impresso, cartões de figuras, jogos, figuras de preposições, símbolos etc.;

  • Evitar perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases monossilábicas;

  • Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais. Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar espontaneamente;

  • O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “novidades”.

  • Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta;

  • Encorajar o aluno a liderar;

  • Criar oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por exemplo, levar mensagens etc.;

  • Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades auditivas;

  • Déficit de memória auditiva recente e na habilidade de processamento auditivo, outros problemas de fala e linguagem em crianças com Síndrome de Down surgem por conta de dificuldades na memória auditiva recente e nas habilidades de processamento auditivo. A memória auditiva recente é a memória armazenada usada para manter, processar, entender e assimilar a língua falada o tempo suficiente para responder. Qualquer déficit na memória auditiva recente vai afetar consideravelmente a habilidade do aluno em responder a palavra falada ou aprender a partir de situações que se prendam somente a sua habilidade auditiva. Além disso, eles acham mais difícil seguir e lembrar de instruções verbais.

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Estratégias:

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  • Limite a quantidade de instruções verbais a uma de cada vez;

  • Dê tempo à criança para processar e responder às colocações verbais;

  • Repita individualmente para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada a classe como um todo;

  • Tente evitar instruções ou discussões na classe que sejam muito longas

  • Planeje traduções visuais e/ou atividades alternativas;

  • Lembre-se: em geral, crianças com Síndrome de Down têm fortes habilidades de aprendizagem visual, mas não são bons aprendizes auditivos. Sempre que possível eles necessitam de apoio visual e concreto e materiais práticos para reforçar as informações auditivas;

  • Capacidade de concentração mais curta;

  • Muitas crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de concentração mais curta e são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade do aprendizado com apoio, especialmente quando ele se dá individualmente, é muito maior e a criança se cansa mais facilmente do que a criança que não necessita deste apoio.

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Estratégias:

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  • Construa uma gama de tarefas curtas, focalizadas e definidas claramente nas aulas;

  • Varie o nível de demanda de tarefa para tarefa;

  • Varie o tipo de apoio;

  • Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando;

  • Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar-se no colo!);

  • Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo lugar;

  • Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais tempo;

  • Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa ou precisa dar um tempo;

  • Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação etc. Isso encoraja a escolha dentro de uma situação estruturada;

  • Deixar que outra criança participe é uma boa maneira de encorajar amizade e cooperação.

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Generalização, pensamento abstrato e raciocínio:

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  • Quando uma criança tem deficiência de fala e linguagem, suas habilidades de pensamento e raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela encontra mais dificuldade em transferir suas habilidades de uma situação para outra. Conceitos e assuntos abstratos podem ser particularmente difíceis de entender e a capacidade de resolução de problemas pode ser afetada.

 

Estratégias:

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  • Não assuma que o aluno vai transferir conhecimento automaticamente;

  • Ensine novas habilidades usando uma variedade de métodos e materiais e em vários contextos diferentes;

  • Reforce o aprendizado de conceitos abstratos com materiais concretos e visuais;

  • Ofereça explicações adicionais e dê demonstrações;

  • Encoraje a solução de problemas.

 

Consolidação e retenção:

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  • Alunos com Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para aprender e consolidar coisas novas e a habilidade de aprender e absorver o aprendizado pode variar de um dia para o outro.

 

Estratégias:

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  • Ofereça mais tempo e oportunidade para repetições adicionais e reforço;

  • Apresente informações e conceitos novos de maneiras variadas, usando material concreto, prático e visual, sempre que possível;

  • Siga em frente, mas sempre dê uma revisada para assegurar que coisas aprendidas anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação das novas informações.

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Estrutura e rotina:

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  • Muitas crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina, estrutura e atividades focalizadas claramente. Situações informais e sem estrutura são geralmente mais difícieis para eles. Eles também podem se sentir contrariados com qualquer mudança. Podem precisar de maior preparação e podem levar mais tempo para se adaptar às mudanças na sala de aula e nas transições.

 

Estratégias:

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  • Explique sobre a grade de horários, rotinas e regras escolares explicitamente, dando tempo e oportunidade para que aprenda;

  • Providencie uma grade de horários visualmente atraente: use palavras, desenhos, figuras e fotos;

  • A progressão da aula durante o dia deve poder ser acompanhada pelo horário;

  • Quando uma grade visual não for apropriada, arrume uma série de fotos ou figuras descrevendo as atividades escolares. Estas fotos podem ser mostradas a criança antes da atividade ser começada;

  • Certifique-se de que a criança sabe qual será a próxima atividade;

  • Atenha-se à rotina sempre que possível;

  • Prepare a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança e informe os pais;

  • Solicite a ajuda da criança na preparação para a atividade subsequente dando-lhe uma tarefa específica.

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Inclusão social:

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  • O objetivo primordial para qualquer criança de 5 anos entrar na escola é a inclusão social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil progredir nas áreas cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e interagir com os outros de maneira socialmente aceitável e entender e responder apropriadamente ao ambiente que a cerca.

  • Todas as crianças com Síndrome de Down se beneficiam em se misturar com colegas com desenvolvimento típico. Muitas vezes eles ficam felizes em agir como os colegas e geralmente os usam como modelos para o comportamento social apropriado e motivação para aprender. Este tipo de experiência social, quando existe a expectativa de que as outras crianças se comportem e consigam fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é extremamente importante para as crianças com Síndrome de Down, que geralmente tem um mundo mais confuso e menos maduro social e emocionalmente.

  • Mesmo assim, muitas delas precisam de ajuda adicional e apoio para aprender as regras para o comportamento social apropriado. Elas não aprendem facilmente de forma incidental e não pegam as convenções intuitivamente como seus colegas. Elas vão levar mais tempo do que seus colegas para aprender as regras. O foco principal da ajuda adicional nos primeiros anos deve ser aprender as regras do comportamento social adequado.

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Estratégias:

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  • Reconhecer as principais rotinas do dia;

  • Aprender a participar e responder apropriadamente;

  • Responder a perguntas e instruções dadas oralmente;

  • Aprender a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e receber;

  • Aprender a fazer fila;

  • Aprender a sentar no chão na hora da rodinha;

  • Aprender comportamentos apropriados;

  • Aprender as regras da escola e da classe, tanto as formais quanto as informais;

  • Trabalhar independentemente;

  • Trabalhar em cooperação com os outros;

  • Fazer e manter amizades;

  • Desenvolver de habilidades de autoajuda e tarefas práticas;

  • Tomar conta, se preocupar com os outros;

  • Hora de brincar;

  • Algumas ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas com Síndrome de Down durante a hora da brincadeira podem ser necessárias. Porém, qualquer ajuda de adulto que a criança tiver, se não for usado com sensibilidade, pode erguer uma barreira entre a criança e seus colegas, o que, junto com a dificuldade de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais difíceis para a criança com Síndrome de Down;

  • Começar independentemente a brincar com outras crianças;

  • Entender as regras do jogo;

  • Entender as regras de “ser amigo”.

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Estratégias:

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  • Encoraje o aprendizado cooperativo em trabalho com um parceiro ou num grupo pequeno;

  • Não coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz ou menos motivado. Alunos com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com crianças mais capazes se as tarefas forem adequadamente diferenciadas;

  • Promova a conscientização sobre as deficiências através de, por exemplo, uma discussão com toda a classe ou a escola. É importante que os alunos se familiarizem com o colega com Síndrome de Down, entendam seus pontos fortes, seus pontos fracos, sua capacidade e reconheçam que ele tem as mesmas necessidades emocionais e sociais do que eles próprios;

  • Se achar adequado, promova uma alternância de amigos ou um sistema de colega de apoio para ajudar na inclusão;

  • Use a ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que possível;

  • Organize apoio para oferecer sessões de brincadeira estruturadas na hora do recreio;

  • Encoraje a participação do aluno em atividades extracurriculares com os colegas da escola (clubes de livro, esportes etc.);

  • Encoraje habilidades de independência e vida prática, por exemplo, dando-lhe responsabilidades – devolver livros, levar mensagens etc.;

  • Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria identidade, promova sua autoestima e autoconfiança;

  • Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras ou na hora da rodinha.

 

Comportamento:

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  • Não há problemas de comportamento característicos de crianças com Síndrome de Down. Porém, muito de seu comportamento estará relacionado a seu nível de desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas, eles são geralmente parecidos com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento típico mais novas.

  • Além disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo que lidar com mais dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se espera que eles façam em seu dia a dia será muito mais difícil de conseguir fazer devido a seus problemas de comunicação, audição, memória, coordenação motora, concentração, e dificuldade de aprendizado.

  • Os problemas de comportamento podem, portanto, ser desencadeados em algumas situações aparentemente banais. Por exemplo, eles podem se sentir frustrados ou ansiosos com mais facilidade. Então, o fato de a criança ter Síndrome de Down não necessariamente quer dizer que ela vá apresentar inevitavelmente problemas de comportamento, mas a natureza de suas dificuldades os faz mais vulneráveis a desenvolver problemas de comportamento.

  • Uma questão particular dos problemas de comportamento são as estratégias para escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos com necessidades educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down costuma adotar estas estratégias que comprometem o progresso de seu aprendizado. Alguns alunos usam comportamentos antissociais para distrair a atenção dos adultos e escapar do trabalho, e parecem apenas aceitar fazer tarefas que exigem muito pouco de sua capacidade cognitiva.

  • É importante o professor ficar atento à possibilidade destas estratégias e saber separar comportamento imaturo de mau-comportamento deliberado, e assegurar que o nível de desenvolvimento e não a idade cronológica da criança seja levado em consideração, junto com sua capacidade de entender instruções dadas oralmente. Qualquer recompensa a ser oferecida também deve levar em conta estes fatores.

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Estratégias:

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  • Assegurar que as regras são claras;

  • Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a criança com Síndrome de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno;

  • Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e expressões que as confirmem – explicações longas e complexas não são apropriadas;

  • Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”;

  • Investigar qualquer comportamento inapropriado, perguntando a si mesmo por que a criança está agindo deste modo: a tarefa é muito fácil ou muito difícil? A tarefa é muito longa? O trabalho é adequado para a criança?

  • O aluno compreende o que é esperado dele?

  • Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de bom comportamento. Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo arrumando a sala direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a fazer o mesmo;

  • Reforçar o comportamento desejado imediatamente com sinais de aprovação visuais ou orais;

  • Ignorar tentativas de chamar a atenção dentro do possível – o seu propósito é criar distração;

  • Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a tentativa de escapar: algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno em particular;

  • Assegurar que o professor de apoio não seja o único lidando com o mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade sobre a criança;

  • Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam bons modelos em comportamento.

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Prática de sala de aula:

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  • Muitos alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos com necessidades educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de sala de aula: aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e trabalho de reforço baseado em exercícios sem modificação.

  • Portanto, os professores precisam analisar suas práticas de sala de aula e todo o ambiente de aprendizado na classe de forma que as atividades, os materiais e os grupos de alunos sejam levados em conta. Para certos propósitos, a habilidade será menos importante do que os estilos de aprender de cada aluno.

  • É importante, por exemplo, utilizar a motivação e a oportunidade para aprender com bons modelos que surgem quando o aluno com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os colegas.

  • Estudos mostram que não apenas os alunos com necessidades educacionais especiais preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo fomenta o aprendizado.

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Estratégias:

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  • Decida quando a criança deve trabalhar:

  • Em atividades com toda a classe;

  • Em grupo ou em pares na classe;

  • Em grupo ou em pares numa área afastada;

  • Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.

  • Decida quando a criança deve ficar:

  • Com apoio dos colegas;

  • Com apoio do professor assistente;

  • Com apoio do professor da turma.

TEA - Transtorno do Espectro do Autismo

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      O autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiper foco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte que necessitam — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas, como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

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Causas do autismo:

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Tratamento e sinais:

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  • Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes — mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado —, pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O tratamento psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos.

  • A mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior Analysis — em português, análise aplicada do comportamento). O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social.

  • Alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade, hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia e outros podem ser tratados com medicamentos, que devem ser prescritos por um médico. Dentre os medicamentos indicados a risperidona, que é da classe dos antipsicóticos atípicos, é o mais comum deles.

  • Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril. Em 2007, a ONU declarou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, quando cartões-postais do mundo todo se iluminam de azul (cor escolhida por haver, em média, 4 homens para cada mulher com TEA).

  • A partir de 2020, a Revista Autismo passou a lançar uma campanha nacional com um tema único para todo o Brasil para celebrar o 2 de abril. O primeiro tema foi “Respeito para todo o espectro — #RESPECTRO”. O tema de 2022 é “Lugar de autista é em todo lugar!”, com a hashtag #AutismoEmTodoLugar.

  • O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade — criado em 1963 pela National Autistic Society, no Reino Unido.

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Consulta médica:

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  • A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude. Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na internet para serem aplicados por profissionais. Aliás, essa avaliação é obrigatória para crianças com 18 messes de vida em consultas pediátricas de acompanhamento realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a  lei 13.438/17.

  • Quais são os sinais de autismo?

  • Não atender quando chamado pelo nome;

  • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;

  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;

  • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;

  • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;

  • Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo;

  • Girar objetos sem uma função aparente;

  • Interesse restrito por um único assunto (hiper foco);

  • Não imitar;

  • Não brincar de faz-de-conta;

  • Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial;

  • Falta de contato visual: Não manter o contato visual ou não olhar nos olhos por mais de 2 segundos;

  • Alinhar objetos: Classificando-os na maioria das vezes por cor, tamanho ou categoria;

  • Atender pelo nome: Os alunos com autismo não atendem pelo nome quando são chamados;

  • Isolamento: Não se interessar por outras crianças ou isolar-se, ainda que esteja num ambiente com outras pessoas;

  • Rotinas: Ser inflexível a rotinas, querem sempre fazer as mesmas coisas, nos mesmos horários, ou ainda ter os objetos nas mesmas posições e ordem, a ponto de entrar em crise;

  • Brincar: Não brincar com brinquedos de forma convencional. Focar em apenas uma parte do brinquedo, como por exemplo ficar girando apenas a rodinha do carrinho;

  • Movimentos repetitivos: Fazer movimento repetitivo sem função aparente. Como balançar do tronco pra frente e para trás ou o “flapping”, que é balançar rapidamente as duas mãos soltas. Muitas crianças também mudam os seus movimentos repetitivos de tempos em tempos, como se fossem fases que se alteram;

  • Comunicação: Não falar ou não fazer gestos para se expressar. Técnicas de comunicação alternativa – até mesmo aparelhos para este fim – ajudam de maneira significativa essas pessoas;

  • Ecolalia: Repetir frases ou palavras em momentos inadequados sem a devida função é chamado de ecolalia;

  • Não compartilhar interesses: Ou não olhar quando apontamos algo ou não demonstrar interesse pelo assunto. A pessoa autista não conversa sobre o que ela gosta ou o que é da área de seu interesse.

  • Números e informações sobre autismo no Brasil e no mundo, o termo “Transtorno do Espectro do Autismo” passou a ser usado a partir de 2013, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, publicação oficial da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, quando foram fundidos quatro diagnósticos sob o código 299.00 para TEA: Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação e Síndrome de Asperger. Na atual Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, o autismo recebe o código a 6A02 (antigo F84, na CID-10), atualizada em junho de 2018, também sob o nome de TEA.

  • Aproximadamente um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais (não desenvolvem a fala) — conforme estudos de 2005 e 2012.

  • Estima-se que um terço das pessoas com autismo tem algum nível de deficiência intelectual.

  • Há algumas condições clínicas associadas ao autismo com mais frequência, como: distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, Transtorno de Déficit da Atenção com Hiperatividade (TDAH), ansiedade e fobias — segundo estudos de 20122017 e 2018. Em 2007, a ONU decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo ( em inglês, World Autism Awareness Day), quando vários cartões-postais do mundo iluminam-se de azul em prol da causa para chamar a atenção da sociedade ao tema, como o Cristo Redentor, no Brasil, o Empire State, nos EUA, a CN Tower, no Canadá, a Torre Eiffel, na França, as pirâmides do Egito, entre outros.

  • No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 —  garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência.

  • Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo (CDC, na sigla em inglês: Centers for Disease Control and Prevention) estima a prevalência de autismo em 1 a cada 44 crianças naquele país — números divulgados em 2.dez.2021, referentes a pesquisa feita em 2018. O número de meninos é quatro vezes maior que o de meninas.

  • Estudos na Ásia, Europa e América do Norte dão conta de números entre 1% (1 para cada 100) e 2% (1 para cada 50) com autismo.

  • A ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a estimativa de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda.

  • No Brasil, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes da cidade. Segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.

  • Um mapa online, do site Spectrum News, traz todos os estudos científicos de prevalência de autismo publicados em todo o planeta.

  • Os Estados Unidos ainda não têm nenhuma estimativa confiável da prevalência de autismo entre adultos, destacando que esta é uma condição vitalícia para a maioria das pessoas. A cada ano, cerca de 50 mil jovens com TEA cruzam a maioridade dos 18 anos nos EUA. No Brasil não há números a esse respeito.

  • Um estudo da Autism Speaks, em 2012, aferiu o custo anual do autismo para os EUA, de US$ 126 bilhões, e para o Reino Unido, £34 bilhões (US$ 54 bilhões).

  • A idade média de diagnóstico nos EUA é de 4 anos de idade, segundo estudo de 2018 em 11 estados. No Brasil, um estudo-piloto somente na cidade de São Paulo (SP), também em 2018, chegou ao número de 4 anos e 11 meses e meio (4,97) como idade média de diagnóstico de autismo, mas com uma variação bem grande — mais estudos devem ser feitos.

  • Pesquisas apontam que 18% a 39% das pessoas com síndrome de Down tenham autismo também — segundo a NDSS (National Down Syndrome Society, dos EUA).

  • Há síndromes e outros transtornos neurológicos de origem genética ligados ao autismo como: Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de Timothy, Síndrome do X Frágil, Síndrome de Angelman, Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Phelan-McDermid, entre outras.

  • Segundo pesquisa global de 2019, com mais de 2 milhões de pessoas, de 5 diferentes países, de 97% a 99% dos casos de autismo podem ter causa genética, sendo 81% hereditário; e de 1% a 3% apenas podem ter causas ambientais, ainda controversas, como, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente mais de mil genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.

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Sugestões para o trabalho em sala de aula:

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  • Crie e mantenha uma rotina;

  • Promova uma adaptação ao ambiente;

  • Evite ruídos altos em sala de aula;

  • Use os interesses da criança nas atividades;

  • Não faça diferenciações de conteúdo;

  • Dê orientações claras e use recursos visuais;

  • Promova atividades coletivas;

  • Ao lidar com uma criança autista, é comum perceber que ela perde a atenção muito rápido. Logo, você deve escolher jogos que interajam com ela, escolhendo, de forma cuidadosa, os materiais também;

  • Para entender se essa é uma boa brincadeira para crianças autistas, confira alguns pontos que devem estar presentes:

  • Se gera movimentação corporal e ajuda na regulação sensorial;

  • Incentiva um certo contato visual, o que as crianças autistas evitam;

  • Apresenta interação direta e promove o vínculo entre pessoas;

  • Motiva imitação gestual e oral;

  • Instiga a movimentação dos músculos da face;

  • Faz com que a criança tenha contato físico;

  • Trabalha o controle de emoções;

  • Estimula novas descobertas dos sentidos, a exemplo do paladar, visão, audição, olfato e tato;

  • Lego, em que as crianças podem estimular o seu encaixe;

  • Pintura, pois você pode perceber as suas habilidades artísticas;

  • Uso de massa de modelar;

  • Jogos de quebra-cabeça;

  • Uso de fantoches;

  • Softwares específicos;

  • Desenvolva uma relação afetiva com o uso de jogos e brincadeiras;

  • Uso de materiais como bambolê e jogos diversos.

TDAH - Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade

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     Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma síndrome de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Há 3 tipos de TDAH, os que são predominantemente desatentos, hiperativo/impulsivos e combinados. Os critérios clínicos dão o diagnóstico. O tratamento inclui medicação com estimulantes, terapia comportamental e intervenções educacionais.

  Distúrbio de déficit de atenção/hiperatividade é considerado um distúrbio de neurodesenvolvimento. Distúrbios de neurodesenvolvimento são condições neurológicas que aparecem precocemente na infância, geralmente antes da idade escolar, e prejudicam o desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional.

     Normalmente envolvem dificuldades na aquisição, retenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações específicas. Transtornos no desenvolvimento neurológico podem envolver disfunções em um ou mais dos seguintes: atenção, memória, percepção, linguagem, resolução de problemas ou interação social. Outros distúrbios de neurodesenvolvimento comuns incluem distúrbios do espectro do autismodistúrbios de aprendizagem (p. ex., dislexia) e deficiência intelectual.

   Alguns especialistas anteriormente consideravam o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) um transtorno comportamental, provavelmente porque as crianças costumam apresentar comportamento negligente, impulsivo e excessivamente ativo, e porque transtornos comportamentais comorbidades, particularmente o transtorno opositivo-desafiador e o transtorno de conduta, são comuns.

   Entretanto, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) tem bases neurológicas bem estabelecidas e não é simplesmente "mau comportamento".

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TDAH afeta cerca de 8 a 11% das crianças em idade escolar (1). Entretanto, muitos especialistas acreditam que o TDAH é super diagnosticado, em grande parte porque os critérios são aplicados de forma imprecisa. De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5ª edição (DSM-5), há 3 tipos:

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  • Desatenção predominante;

  • Hiperatividade/impulsividade predominante;

  • Combinado.

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     No geral, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é cerca de duas vezes mais comum em meninos, embora os índices variem de acordo com o tipo. O tipo predominantemente hiperativo/impulsivo ocorre 2 a 9 vezes mais entre os meninos, embora o tipo predominantemente desatento ocorra com igual frequência em ambos os sexos. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não tem uma única causa específica conhecida.

     O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não tem uma causa única específica. Potenciais causas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) incluem fatores genéticos, bioquímicos, sensório-motores, fisiológicos e comportamentais.     Alguns fatores de risco incluem baixo peso < 1.500 g no nascimento, traumatismo cranianodeficiência de ferroapneia obstrutiva do sono, exposição ao chumbo e também exposição fetal a álcool, tabaco e cocaína. Pouco mais de 5% das crianças portadoras do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam evidências de lesão neurológica. Evidências apontam para diferenças nos sistemas dopaminérgicos e noradrenérgicos com diminuição ou estimulação da atividade do tronco cerebral superior e tratos médio frontais cerebrais.

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     Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em adultos:

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  • Embora o TDAH seja considerado um transtorno de crianças e sempre comece durante a infância, as diferenças neurofisiológicas subjacentes persistem durante a vida adulta e os sintomas comportamentais continuam evidentes na idade adulta em cerca de metade dos casos. Embora o diagnóstico às vezes só possa ser reconhecido na adolescência ou na idade adulta, algumas manifestações deveriam ter ocorrido antes dos 12 anos de idade.

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Em adultos, os sintomas incluem:

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  • Dificuldade de concentração;

  • Dificuldade de concluir tarefas;

  • Oscilações de humor;

  • Impaciência;

  • Dificuldade de manter relacionamentos.

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       A hiperatividade em adultos geralmente se manifesta como agitação e inquietação, no lugar da clara hiperatividade motora que ocorre em crianças pequenas. Adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) tendem a ter maior risco de desemprego, menor realização educacional e maiores taxas de uso abusivo de substâncias e criminalidade. Acidentes e violações de trânsito são mais comuns.

     O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) pode ser mais difícil de diagnosticar durante a vida adulta. Os sintomas podem ser semelhantes aos de transtornos do humortranstornos de ansiedade, e transtornos por uso abusivo de substâncias. Como autorrelatos dos sintomas na infância podem não ser confiáveis, os médicos talvez precisem rever os registros escolares ou entrevistar os familiares para confirmar a existência de manifestações antes dos 12 anos.

    Adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) podem se beneficiar dos mesmos tipos de fármacos estimulantes usados pelas crianças com TDAH. Eles também podem se beneficiar do aconselhamento para melhorar o manejo do tempo e outras habilidades de enfrentamento.

       Sinais e sintomas de transtorno de déficit de atenção e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). O início ocorre geralmente antes dos 4 anos e invariavelmente antes dos 12. O pico para o diagnóstico fica entre 8 e 10 anos, entretanto os que apresentam déficit de atenção predominante só são diagnosticados após a adolescência. 

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Os sinais e sintomas centrais do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) envolvem:

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  • Desatenção;

  • Impulsividade;

  • Hiperatividade;

  • A desatenção tende a aparecer quando a criança está envolvida em tarefas que necessitam vigilância, reação rápida, investigação visual e perceptiva e atenção sistemática e constante;

  • Impulsividade refere-se a ações precipitadas com o potencial de um desfecho negativo (p. ex., em crianças, atravessar a rua sem olhar; em adolescentes e adultos, abandonar de repente a escola ou o trabalho sem pensar nas consequências);

  • A hiperatividade envolve atividade motora excessiva. Crianças, especialmente as menores, podem ter problemas para permanecer sentadas calmamente quando for esperado que o façam (p. ex., na escola ou igreja). Pacientes mais velhos podem ser simplesmente agitados, inquietos ou falantes—às vezes ao ponto de fazer com que as outras pessoas se sintam cansadas só de observá-los;

  • A desatenção e a impulsividade impedem o desenvolvimento de habilidades acadêmicas e estratégias de pensamento e raciocínio, motivação escolar e exigências sociais. Crianças com déficit de atenção predominante tendem a desistir diante de situações que exigem desempenho contínuo para complementação de tarefas;

  • Em geral, cerca de 20 a 60% das crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) têm déficits de aprendizagem, mas alguma disfunção escolar ocorre na maioria das crianças com TDAH decorrente de falta de atenção (o que resulta em perda de detalhes) e impulsividade (o que resulta em respostas sem pensar na pergunta).

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    A história do comportamento pode revelar baixa tolerância para frustrações, discordâncias, temperamento teimoso, agressividade, habilidades sociais deficientes e relacionamentos com seus pares, distúrbios do sono, ansiedade, disforia, depressão, temperamento indeciso.

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Embora não haja exame físico ou laboratorial específico associado ao transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), os sinais e sintomas podem incluir:

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  • Incoordenação motora, postura desajeitada;

  • Disfunções neurológicas leves não localizadas;

  • Disfunções de percepção motora;

  • Diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH);

  • O diagnóstico do TDAH é clínico e se baseia em avaliações médicas, desenvolvimentos, educacionais e psicológicas abrangentes (ver também a diretriz prática da American Academy of Pediatrics [clinical practice guideline] para o diagnóstico, avaliação e tratamento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em crianças e adolescentes). 

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Os critérios diagnósticos do TDAH noDSM-5 incluem 9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico que usa esses critérios requer ≥ 6 sinais e sintomas de um ou ambos os grupos. Além disso, é necessário que os sintomas:

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  • Estejam presentes muitas vezes por ≥ 6 meses;

  • Sejam mais pronunciados do que o esperado para o nível de desenvolvimento da criança;

  • Ocorram em pelo menos 2 situações (p. ex., casa e escola);

  • Estejam presentes antes dos 12 anos de idade (pelo menos alguns sintomas);

  • Interfiram em sua capacidade funcional em casa, na escola ou no trabalho;

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Sintomas de desatenção:

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  • Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados em trabalhos escolares ou outras atividades;

  • Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas na escola ou durante jogos;

  • Não parece prestar atenção quando abordado diretamente;

  • Não acompanha instruções e não completa tarefas;

  • Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;

  • Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem manutenção do esforço mental durante longo período de tempo;

  • Frequentemente perde objetos necessários para tarefas ou atividades escolares;

  • Distrai-se facilmente;

  • É esquecido nas atividades diárias.

  • Sintomas de hiperatividade e impulsividade:

  • Movimenta ou torce mãos e pés com frequência;

  • Frequentemente movimenta-se pela sala de aula ou outros locais;

  • Corre e faz escaladas com frequência excessiva quando esse tipo de atividade é inapropriado;

  • Tem dificuldades de brincar tranquilamente;

  • Frequentemente movimenta-se e age como se estivesse "ligada na tomada";

  • Costuma falar demais;

  • Frequentemente responde às perguntas de modo abrupto, antes mesmo que elas sejam completadas;

  • Frequentemente tem dificuldade de aguardar sua vez;

  • Frequentemente interrompe os outros ou se intromete.

  • O diagnóstico do tipo desatenção predominante exige ≥ de 6 sinais e sintomas de desatenção. O diagnóstico do tipo hiperativo/impulsivo exige ≥ 6 sinais e sintomas de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico do tipo combinado requer ≥ 6 sinais e sintomas de cada critério de desatenção e hiperatividade/impulsividade.

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Outras considerações diagnósticas:

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  • A diferenciação entre transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e outras condições podem ser desafiadora. O diagnóstico em excesso deve ser evitado, e outras condições devem ser identificadas com precisão.

  • Muitos sinais de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) expressos no período da pré-escola podem refletir um problema de comunicação que também ocorre em outras disfunções do neurodesenvolvimento (p. ex., doenças do espectro autista) ou em certos distúrbios de aprendizadoansiedadedepressão ou distúrbios de comportamento (p. ex., distúrbios de conduta).

  • O médico precisa observar se a criança está distraída por fatores externos (ocorrências no ambiente) ou por fatores internos (pensamentos, ansiedades, preocupações).

  • Entretanto, no período da infância tardia, os sinais do TDAH tornam-se mais qualitativamente distintos; crianças com o tipo hiperativo/impulsivo ou o tipo combinado frequentemente exibem continuamente movimentos motores persistentes dos membros inferiores (p. ex., movimentos desorientados e contorção das mãos), falar compulsivamente e aparente falta de atenção com o ambiente. Crianças com o tipo predominantemente desatento podem não ter sinais físicos.

  • A avaliação médica tem por foco a identificação de condições que possam contribuir potencialmente e sejam tratáveis, ou identificar sinais e sintomas que possam piorar. A avaliação deve incluir pesquisar a história de exposição pré-natal (p. ex., fármacos, álcool, tabaco), complicações ou infecções perinatais, infecções do sistema nervoso central, traumatismo cranioencefálico, doença cardíaca, respiração durante o sono, falta de apetite e/ou alimentação seletiva e história familiar de TDAH.

  • A avaliação do desenvolvimento focaliza a determinação do início e da evolução dos sinais e sintomas. A avaliação inclui a verificação dos marcos de desenvolvimento, particularmente marcos da linguagem e o uso de escalas de avaliação específicas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) (p. ex., Vanderbilt Assessment Scale, Conners Comprehensive Behavior Rating Scale, ADHD Rating Scale IV). Versões dessas escalas estão disponíveis tanto para famílias quanto para funcionários de escolas, possibilitando a avaliação ao longo de diferentes situações, como exigido pelos critérios do DSM-5. Observar que as escalas não devem ser usadas isoladamente para fazer um diagnóstico.

  • A avaliação educacional documenta sinais e sintomas centrais que possam envolver a revisão de registros educacionais e o uso de escalas de avaliação. Entretanto, estas escalas, isoladamente, não conseguem distinguir transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) de outros distúrbios do desenvolvimento ou de comportamento.

  • Prognóstico do transtorno de déficit de atenção (TDA) e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)

  • As tradicionais salas de aula e atividades acadêmicas exacerbam os sinais e sintomas da criança com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não tratada ou inadequadamente tratada.

  • A imaturidade social e emocional pode ser persistente. A má aceitação pelos pares e a solidão tendem a aumentar com a idade e com a exposição dos sintomas. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) pode levar a uso abusivo de substâncias se aquele não for identificado e tratado adequadamente porque muitos adolescentes e adultos com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) se automedicam tanto com substâncias legais (p. ex., cafeína) quanto ilegais (p. ex., cocaína).

​

Embora os sinais e sintomas da hiperatividade tendam a diminuir com a idade, adolescentes e adultos podem exteriorizar dificuldades residuais. Indicadores de maus resultados no adolescente e adultos incluem:

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  • Coexistência de pouca inteligência;

  • Agressividade;

  • Problemas sociais e de relacionamento;

  • Problemas psicopatológicos dos pais, os problemas entre os adolescentes e adultos se manifestam predominantemente como deficiências acadêmicas, baixa autoestima e dificuldades para assimilar um comportamento social adequado. Adolescentes e adultos que apresentam transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) predominantemente impulsivo podem ter incidência aumentada de distúrbios de personalidade e comportamento antissocial, podem continuar a exteriorizar impulsividade, agitação e deficientes habilidades sociais. Pessoas portadoras de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) parecem ajustar-se melhor no trabalho do que em situações acadêmicas e caseiras, particularmente se encontrarem trabalho que não exige atenção para realizar;

  • Tratamento de transtorno de déficit de atenção e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH):

  • Terapia;

  • Terapia medicamentosa.

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Os efeitos colaterais mais comuns são:

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  • Distúrbios do sono (p. ex., insônia);

  • Depressão;

  • Cefaleia;

  • Dor de estômago;

  • Perda de apetite;

  • Taquicardia e elevação da pressão arterial e frequência cardíaca.

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Controle do comportamento:

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  • Aconselhamento, incluindo terapia (p. ex., definição de objetivos, automonitoramento, modelagem, interpretação de papéis), é geralmente eficiente e ajuda a criança a entender o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e como enfrentá-lo. Organização e rotina são essenciais.

  • O comportamento na sala de aula melhora com o controle do barulho no ambiente e estimulação visual, duração apropriada de tarefas, novidades, treinamento e proximidade com o professor.

  • Quando em casa as dificuldades persistem, os pais devem ser encorajados a pedir assistência profissional e treinamento em técnicas de controle comportamental. Além disso, incentivos e recompensas simbólicas reforçam as condutas e são geralmente eficientes.

  • No ambiente de casa, as crianças portadoras de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) com predomínio da hiperatividade e mau controle dos impulsos são ajudadas quando o ambiente é organizado, as técnicas dos pais são firmes e os limites são bem definidos.

  • Restrições dietéticas, tratamento multivitaminado, uso de antioxidantes, ou outros compostos, intervenções nutricionais e bioquímicas (p. ex., administração de produtos químicos) não têm o menor efeito. A biorretroação pode ser útil em alguns casos, mas não é recomendada rotineiramente porque faltam evidências de benefícios sustentáveis.

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Sugestões para escola:

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  • Criação de sala de apoio, com jogos para se trabalhar os diversos aspectos como:

  • Atenção;

  • Concentração;

  • Memoria;

  • Leitura;

  • Interpretação e produção textual;

  • Raciocínio lógico;

  • Estimulação Cognitiva;

  • Entre outros aspectos.

  • Sugestões para o trabalho em sala de aula:

  • Variar a rotina de ensino;

  • Incentivar a prática e repetição;

  • Passar uma instrução por vez;

  • Aplicar o reforço positivo;

  • Manter uma boa comunicação com a família;

  • Não deixe o aluno próximo a janelas e portas: qualquer atividade ou ruído vindo da parte externa tende a distraí-lo;

  • Coloque-o sentado perto à sua mesa, na primeira carteira;

  • Mude-o de lugar sempre que perceber que algo ‘ameaça’ sua atenção ao conteúdo.

  • Atenção e memória sustentada:

  • Algumas técnicas para melhorar a atenção e memória sustentadas:

  • Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas;

  • Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão… Os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem;

  • NÃO criticar e apontar, em hipótese alguma, os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do aprendizado;

  • Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade de o aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um;

  • Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada;

  • Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade de o aluno gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em pendrive ou nuvem para a escola;

  • Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado do professor, para que os elementos distratores do ambiente não prejudiquem a atenção sustentada;

  • Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com o aluno pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor compreendem. Exemplo: o professor combina com o aluno que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco das atividades;

  • Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar postite para fazer lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo;

  • Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou prova.

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Tempo e processamento das informações:

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  • Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a compreensão da tarefa;

  • Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno;

  • Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e motivação;

  • Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno;

  • Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira;

  • Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para escrever;

  • Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo.

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Organização e técnicas de estudo:

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  • Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para organização do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de agendas, calendários, postite, blocos de anotações, lembretes sonoros do celular e uso de outras ferramentas tecnológicas que o aluno considere adequada para a sua organização;

  • Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes;

  • Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam “encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de matemática – vermelho, material de português – azul, e assim sucessivamente. Este procedimento ajuda na organização e memorização dos materiais;

  • Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas para casa e retorno para a escola. Desta forma, todo o material impresso fica condensado no mesmo lugar minimizando a eventual perda do material;

  • Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam observações diárias sobre o que observam no comportamento e no desempenho do filho em casa, assim como o professor poderá fazer o mesmo em relação às questões relacionadas à escola;

  • Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes, estabelecer quais serão as etapas e monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo;

  • Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar “toneladas” de trabalhos para fazer em casa num prazo de 24 horas.

  • Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas:

  • Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas de aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e demonstrar na prática como usar as fontes, materiais de referência, anotações, notícias de jornal, trechos de livro etc;

  • Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua autoavaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva estratégias para lidar com o seu próprio modo de aprender;

  • Usar organizador gráfico para ajudar no planejamento, organização e compreensão da leitura ou escrita.

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Inibição e autocontrole:

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  • Buscar sempre ter uma postura proativa. Antecipar as possíveis dificuldades de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. Identificar no ambiente de sala de aula quais são os piores elementos distratores (situações que provocam maior desatenção) na tentativa de manter o aluno o mais distante possível deles e, consequentemente, focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula;

  • Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou mudanças de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com as mãos para lembrar a mudança de uma atividade para outra, ou do término dela;

  • Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos positivos e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este monitoramento é importante para o aluno com TDAH, pois permite que ele desenvolva uma percepção do seu próprio desempenho, potencial e capacidade e possa avançar motivado em busca da sua própria superação. Permitir que o aluno se levante em alguns momentos, previamente combinados entre ele e o professor. 

  • Alunos com hiperatividade necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de tempo. Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está escrito, solicitar que vá até a coordenação buscar algum material etc. Ou mesmo permitir que vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor beber água. Este procedimento é extremamente útil para diminuir a atividade motora e, muitas vezes, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para crianças muito agitadas.

TOD - O transtorno desafiador opositor

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    O transtorno desafiador opositor, também conhecido por TOD, geralmente ocorre durante a infância, e caracteriza-se por comportamentos frequentes de raiva, agressividade, vingança, desafio, provocação, desobediência ou ressentimento.

Geralmente, o tratamento consiste em sessões de psicoterapia e no treinamento dos pais, para que possam lidar melhor com a criança. Além disso, caso a criança tenha outro tipo de transtorno juntamente com o TOD, também pode ser receitado o uso de remédios, que devem ser indicados por um psiquiatra. 

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Os comportamentos e sintomas mais comuns em crianças com transtorno opositor desafiador são:

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  • Agressividade;

  • Irritabilidade;

  • Desobediência para com pessoas mais velhas;

  • Agitação e perda da calma;

  • Desafio das regras;

  • Incomodar outras pessoas;

  • Culpar outras pessoas pelos próprios erros;

  • Ficar com raiva;

  • Ficar ressentido;

  • Ser vingativo.

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Além disso, crianças com TOD também têm dificuldade para se desenvolver na escola, especialmente na interação com os amigos.

 Possíveis causas:

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  • Não existe uma causa específica para o surgimento do transtorno, no entanto, é possível que seja influenciado por vários fatores, incluindo falta de atenção, abusos ou crescimento e desenvolvimento num ambiente com comportamentos agressivos, inconsistentes ou negligentes.

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Como é feito o diagnóstico:

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  • O TOD pode ser diagnosticado em crianças que manifestem frequentemente e por mais de 6 meses, comportamentos para com outras pessoas que não um irmão, como: 

  • Perde a calma;

  • É sensível ou facilmente incomodado;

  • É raivoso e ressentido;

  • Questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos;

  • Desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou a pedidos de figura de autoridade;

  • Incomoda deliberadamente outras pessoas;

  • Culpa outros por seus erros ou mau comportamento;

  • Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses.

  • É necessário ter em atenção que o transtorno opositor desafiador pode ser mais do que agir de um modo desafiador ou fazer uma birra, o que é comum nas crianças, uma vez que o comportamento opositivo temporário pode fazer parte do desenvolvimento normal da personalidade.

  • Assim, é importante que os pais, responsáveis e educadores sejam capazes de diferenciar o comportamento de oposição normal para o desenvolvimento da criança, conforme adquire autonomia, de um quadro de transtorno comportamental, em que predominam comportamentos de agressividade excessiva, crueldade para com as pessoas e animais, destruição de bens, mentiras, birras e desobediência constante.

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Como é feito o tratamento:

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  • O tratamento para o transtorno opositor desafiador pode ser muito diversificado e passa por promover o treinamento dos pais, com o objetivo de interagirem mais eficazmente com a criança e fazer terapia familiar para dar suporte e apoio à família. Pode ainda ser recomendada a realização de psicoterapia.

  • Além disso, se a criança apresentar algum outro tipo de transtorno psicológico, como TDAH, o médico pode receitar alguns tipos de medicamentos.

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Sugestões de trabalho em sala de aula:

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  • As atividades de educação física são excelentes para induzir o aluno com TOD à cooperação ao trabalho em equipe;

  • Fortalecer a autoestima da criança sempre que ela fizer algo proveitoso e positivo;

  • Tente sempre criar formas de estabelecer vínculos com esses alunos por meio de elogios. Ou seja, a cada atividade feita, mostre a eles o quão interessante foi a realização do exercício;

  • Estimule o bom comportamento com oportunidades e privilégios. Por exemplo, dê a chance de a criança ser ajudante em alguma tarefa; ser ajudante de sala em determinados dias;

  • Crie atividades que fujam da monotonia, pois o aluno com TOD tende a se entediar rapidamente;

  • Tente ser flexível naqueles exercícios cuja pontuação do pequeno ficou aquém do esperado. Em outras palavras, dê a chance de ele resolver novamente alguma questão que pode favorecê-lo.

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Situações cotidianas:

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  • Diante de comportamentos disruptivos (interromper), mantenha a calma e procure levar a criança para fora de sala. Dessa forma, você pode conversar com ela e procurar entender o motivo de sua irritação.

  • Se o seu aluno é facilmente distraído pela atividade da sala de aula ou por atividades vistas pelas janelas ou portas tente sentá-lo na frente ou no meio, longe dessas distrações.

  • Se o seu aluno tem atitudes de forma a chamar atenção pelo lado negativo, tente sentá-lo perto de um colega que seja um bom exemplo para a turma.

  • Se o seu aluno não tem noção do espaço pessoal; caminha entre as carteiras para ir falar com os outros alunos, tente aumentar o espaço entre as mesas.

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Tarefas:

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  • Se o seu aluno for incapaz de terminar uma tarefa no tempo permitido, tente permitir um tempo extra para ele terminar a tarefa solicitada.

  • Se o seu aluno se sai bem no início de uma tarefa, mas a qualidade diminui próximo do final tente dividir as tarefas longas em partes menores; encurtar as tarefas ou os períodos de trabalho.

  • Se o seu aluno tem dificuldade em seguir instruções, tente combinar instruções por escrito com as instruções faladas.

  • Distração:

  • Se o seu aluno for incapaz de acompanhar as discussões em classe e as anotações, tente providenciar ajuda de um colega para tomar notas e perguntar ao aluno questões que o encorajem a participar nas discussões.

  • Se o seu aluno se queixa de que as aulas são chatas tente procurar envolvê-lo na apresentação da aula.

  • Se o seu aluno se distrai facilmente, tente estimulá-lo a prestar atenção na tarefa por meio de um sinal combinado com ele.

  • Se o seu aluno entrega trabalhos com erros, por falta de atenção, tente reservar um período de cinco minutos para conferir o trabalho ou a tarefa de casa antes de entregá-los.

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Comportamento:

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  • Se o seu aluno exibir constantemente um comportamento para chamar a atenção, tente ignorar os comportamentos impróprios.

  • Se o seu aluno falha em descobrir o objetivo da aula ou da atividade, tente aumentar o imediatismo dos prémios e das consequências.

  • Se o seu aluno responde intempestivamente ou interrompe os outros tente admitir as respostas corretas somente quando o aluno erguer a mão e for autorizado a falar.

  • Se o seu aluno necessitar de reforço, tente enviar relatórios diários ou semanais para os seus pais.

  • Se o seu aluno necessitar de ajuda por tempo prolongado para melhorar o comportamento, tente estabelecer um contrato de comportamento.

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Organização/Planeamento:

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  • Se o seu aluno não guardar os seus apontamentos corretamente, tente recomendar pastas com separadores ou arquivos.

  • Se o seu aluno tiver problemas em se lembrar dos trabalhos de casa, tente providenciar um livro de tarefas para o aluno; supervisione a anotação das obrigações.

  • Se o seu aluno perde os livros, tente permitir que o aluno tenha um conjunto de livros em casa.

  • Se o seu aluno é inquieto e necessita de andar na sala, tente permitir que o aluno ande pela sala ou que fique de pé enquanto faz determinada tarefa.

  • Se o seu aluno tem dificuldade em manter a atenção por longos períodos de tempo tente fazer curtas pausas entre os trabalhos.

 

Humor/Socialização:

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  • Se o seu aluno estiver confuso sobre os comportamentos sociais corretos, tente estabelecer metas de comportamento social com o estudante e faça um programa de premiações.

  • Se o seu aluno não trabalha bem com os outros, tente encorajar as tarefas cooperativas de aprendizado.

  • Se o seu aluno não é respeitado pelos colegas tente atribuir responsabilidades ao aluno, na presença do grupo de colegas.

  • Se o seu aluno tem baixa autoconfiança, tente elogiar o comportamento e o trabalho positivos; dar ao aluno a oportunidade de agir em papel de liderança.

  • Se o seu aluno parece solitário e distante, tente encorajar as interações sociais com os colegas de classe; planear atividades de grupo sob a direção do professor.

  • Se o seu aluno se frustra facilmente, tente elogiar frequentemente o comportamento apropriado e o bom trabalho.

  • Se o seu aluno fica enraivecido facilmente, tente encorajar o estudante a sair de situações que provocam a raiva.

A Convivência com um Narcisista

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     Atualmente tem se falado muito sobre o Transtorno de Personalidade Narcisista, muitas pessoas convivem com pessoas com esse transtorno e nem imaginam o que está acontecendo em suas vidas, esse texto é voltado para mulheres que passam ou passaram por essa terrível experiência. Então, vamos lá!

    No início do relacionamento ele se mostrava agradável, sedutor, amoroso, romântico e gentil, se mostra prestativo em tudo que você precisa, mas quando você menos espera o comportamento dele começa a mudar e você não entende o que está acontecendo ou se fez algo de errado. O que aconteceu foi que ele percebeu que você está apaixonada e então começou a mostrar quem realmente ele é, e você se pergunta como essa pessoa age e trata você assim?

     Várias são as situações: ele só pensa nele, é tão egoísta e arrogante, faz todo o possível para te deixar mal, mentem, traem, pois, precisam ter "vítimas reserva" e claro, o jogo de manipulação, sensação de poder e controle sobre as pessoas, esses são os menores dos seus problemas, a situação vai muito além, pessoas narcisistas tem os mais diversos comportamentos.

    O narcisista sempre irá se colocar em primeiro lugar independente dos sentimentos que você tenha por ele ou de como o seu comportamento possa prejudicar alguém, e se esse reconhecimento não ocorrer para ele é inaceitável, pois o mundo precisa girar em torno dele, ele precisa de aplausos constantemente, de reconhecimento por tudo que faz, sendo louvável ou não, se julga um ser maravilhoso e perfeito e você precisa enxergar a “sorte” e “privilégio” de ter uma pessoa tão fantástica como ele ao seu lado, mesmo que ele não faça nada por vocês como um casal, lembrando que tudo gira em torno dele e no mundo dessa pessoa você é apenas um espectador que deve admiração total por ele.

   Não o associe, compare a ninguém ou desmereça ele como pessoa, isso é uma ofensa terrível para o narcisista, pois é extremamente “especial” com ser, o sentimento de admiração e tratamento especial deve ser cultuado e alimentado o tempo todo.

A sutileza é um ponto forte e marcante do narcisista, pois ele irá tirar vantagem do que puder para se “alimentar”, quando se fala em tirar vantagem a maioria das pessoas pensam em dinheiro, mas a coisa vai além, essa vantagem pode ser observada em situações sociais, emocionais, intelectuais e tantas outras. O narcisista irá sugar de você tudo o que puder, sua autoestima, sua identidade, suas relações pessoais (amigos, família) e profissionais buscando te isolar das pessoas, para que sua atenção seja voltada só pra ele e os outros não vejam o que ele faz com você, dividir a sua atenção com outras pessoas é uma afronta, pois ele “basta pra você”, e se você não se libertar o quanto antes ficará sem a sua paz, sua saúde emocional e poderá perder até a saúde física como consequência de uma somatização da perda da sua saúde emocional com o passar do tempo, você simplesmente se torna uma refém dos caprichos desmedidos do narcisista.

      A empatia, é ausente ou existe de forma mínima, não espere que um narcisista se coloque no lugar outro ou sinta o que o outro sente, o que outro sente não importa para ele, o que ele sente ou necessita só é importante para ele e deve girar em torno dele mesmo.

   Não se surpreenda se você tiver uma conquista, uma alegria e seu companheiro demonstrar ou tentar disfarçar tristeza, o narcisista não fica feliz com suas conquistas, ele sente inveja ou acha que todos tem inveja dele, pois ele deve sempre estar no topo, ser sempre o melhor em tudo, sempre ser o centro da atenção de todos, ser admirado, exaltado e para que isso aconteça irá mentir, enganar e manipular sem peso nenhum em sua consciência.

   Quando você confronta um narcisista, não espere uma boa resposta, ele será arrogante e pretencioso, ele não deve ser confrontado e nem questionado na concepção dele, porque ele sempre está certo em tudo que faz, e como se acha um ser perfeito, não irá reconhecer seus erros, não espere trazer o narcisista para a realidade como ela é, ou que ele reconheça os erros cometidos, isso não vai acontecer. Ele irá sugar toda a sua paz interior, fazendo você se sentir errada, culpada, insensata, desequilibrada, sem autoestima, porque são os mestres da manipulação.

Outra coisa que eles amam fazer é estragar datas festivas como aniversários, Natal, Ano Novo, Dia dos Namorados... ele irá procurar um motivo para discutir, não parabenizar, não comemorar, ou seja, de diversas formas ele irá estragar datas que são importantes para você, sempre procurando deixar você triste, pois se alimentam da sua tristeza.

E quando ele percebe que você está se libertando e termina com ele, ele volta lá para o início, age com o comportamento doce, amoroso, romântico e gentil, tem gestos que nunca teve, promete mudanças que nunca virão, acredite nunca virão! Para que ele tenha você em suas mãos novamente e se você volta a se relacionar com ele.

     Outro ponto importante é o tratamento de silêncio, ou seja, ele se afasta e não se comunica com você por dias ou semanas como forma de punição e de repente ele aparece, amável e super apaixonado, diz que esse afastamento foi bom para relação de vocês, pois agora ele viu o quanto você faz falta, que te amo e que vai mudar, não caia nessa armadilha! É pura manipulação.

Em poucos dias, semanas ou meses tudo volta a ser como antes, você revive todo aquele sofrimento, caso você não volte a se relacionar com ele, ele irá em busca de outra vítima, narcisistas não amam ninguém, eles pulam de uma vítima para outra normalmente, traem a parceira sem peso na consciência, pois todas as pessoas são descartáveis para eles e são meros objetos.

Essas são algumas pontuações das várias características, situações e manipulações que os narcisistas podem ter e fazer.

     E acredite uma pessoa com esse transtorno pode fazer tudo isso e muito mais com outro ser humano com plena consciência, planejamento, sem remorso algum e você pode ver sua saúde mental e física ir se acabando aos poucos, pois o corpo somatiza o sofrimento emocional.

     Não se iluda, um narcisista dificilmente procura ajuda, sabe por quê? Por achar que é perfeito e não precisa de ajuda ou mudar suas atitudes e ser uma pessoa com sentimentos verdadeiros.

       O melhor a se fazer é se afastar e recomeçar, recuperar sua saúde mental e seguir em frente.

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Depressão e ansiedade e suas complicações para a qualidade de vida

 

      É preciso entender que a depressão não é frescura, fraqueza, preguiça, falta de força de vontade em reagir ou qualquer outro adjetivo que queiram dar, a depressão é uma doença que afeta milhares de pessoas em todo o mundo e que precisa ser levada a sério, possui várias classificações e sintomas variados, os mais comuns são: falta ou excesso de apetite, insônia ou hipersonia, baixa energia ou fadiga, baixa autoestima, pouco concentração ou dificuldade em tomar decisões, sentimentos de desesperança, entre outros sintomas.

      A ansiedade é caracterizada pela preocupação ou expectativa excessiva, é uma reação normal diante de situações que provocam medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta antes de algum evento importante como por exemplo: uma entrevista de emprego, a publicação de resultado de provas, nascimentos, cirurgias, uma viagem. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio ou algo fora da rotina como imprevistos financeiros por exemplo, se torna preocupante quando afeta a qualidade vida, o que seria esse afetar a qualidade de vida? Desencadear crises de pânico, medos excessivos, incapacitar a pessoas em sua rotina diária, como sair de casa, estar em estado de alerta o tempo todo até mesmo dentro de casa, entre várias outras situações.

      Uma situação importante a ser colocada aqui é a automedicação, não faça isso! Não se automedique, em nenhum dos dois casos, depressão ou ansiedade, pode ser perigoso, procure um médico para um diagnóstico preciso e para o início do tratamento, o médico saberá prescrever o medicamento que você precisa e que é melhor para você.

Procure um terapeuta para te ajudar na questão emocional, porque só a medicação não será suficiente nessa jornada, você precisa tratar as suas questões emocionais, sabe aqueles sentimentos, angústias, anseios, dores, tristezas e mágoas guardadas que só você sabe, sente e que ao longo dos anos você não pôde dividir com ninguém ou dividiu e ninguém conseguiu te ajudar a compreendê-las? O terapeuta pode te ajudar a lidar com esses sentimentos, superar e ressignificar essas emoções e você poderá ter uma melhor qualidade de vida em sua totalidade.

     Acredite que com o tratamento adequado você irá melhorar, não é fácil buscar ajuda, é difícil, inicialmente você pode se sentir sozinho(a), desemparado(a), triste, pensar que nada vai dar certo, que não existe uma luz no fim do túnel, que todos os seus esforços são em vão, que é uma luta perdida, que o melhor é desistir, que lutar não é uma opção, às vezes as pessoas que você mais ama não estão ou não estiveram ao lado nesse momento, algumas pessoas te julgam, outras te ajudaram como puderam, outras acham que você que chamar atenção, que você é fraco(a) ou que o que você está sentindo é frescura, mas eu quero dizer uma coisa a você, a opinião das pessoas ou que pensam sobre você não importa.

     O importante é a construção da sua história de agora em diante, você é forte, é capaz e vai conseguir lutar e vencer essa batalha, você é mais forte e corajoso(a) do que imagina, lute, busque a força que você pensa que não tem, não é fácil, eu sei que não é, mas busque lá no fundo do seu ser a força que precisa para dar o primeiro passo para lutar por você, eu não sei quais são as suas lutas diárias, mas eu quero te ajudar, entre em contato comigo e deixe que eu possa fazer parte dessa jornada, da construção da sua nova história.

Uma breve explicação sobre o Transtorno Obcessivo-complusivo (TOC)

 

      O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões são ideias, imagens ou impulsos recorrentes, persistentes, indesejados, que provocam ansiedade e são intrusivos. As compulsões (também conhecidas como rituais) são determinadas ações ou atos mentais que a pessoa sente que precisa praticar para tentar diminuir ou evitar a ansiedade causada pelas obsessões.

• Higienização em excesso;

• Contagem compulsiva;

• Organização de coisas de forma precisa;

• Necessidade de verificação;

• Pensamento Indesejados;

• Pensamento mágico (achar que suas ações podem mudar o curso natural de algo);

• Agressividade;

• Excitação;

• Reafirmação obsessiva de autoimagem;

• Obsessão por guardar, acumular ou poupar.

     Se ver com esse transtorno é estar em constante estado de vigília, estar atento as situações fazem parte da autoproteção e sobrevivência, porém, quando essa vigília se torna obsessiva é o momento de alerta, pois o excesso é prejudicial e é o momento de buscar ajuda o quanto antes, porque são afetadas a saúde física e emocional, as relações sociais, profissionais, familiares, são danos que desestruturam a vida da pessoa que tem esse transtorno.

      O importante é não desistir de si mesmo, não se importar com opiniões e julgamentos alheios, você sabe o que está passando, então, procure um médico para orientação clínica e diagnóstico e um terapeuta para ajuda emocional. Não esconda os seus sintomas, é extremamente necessário que você dê o primeiro passo, se não conseguir ir ao médico ou ao terapeuta sozinho(a), peça a um amigo, um familiar para te acompanhar nessa fase inicial, busque ajuda, não é fácil conviver com esse transtorno, bem como para quem está próximo. Lute, busque ajuda, você vai conseguir, pense positivo e lembre-se sempre: a prioridade é você, você é o seu bem mais precioso.

Transtorno de Personalidade Borderline

 

    Instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos da vida de cada pessoa.

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Sintomas:

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  • Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado;

  • Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização;

  • Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo;

  • Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar);

  • Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento auto mutilante;

  • Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias);

  • Sentimentos crônicos de vazio;

  • Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes);

  • Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.

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Possíveis causas:

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  • Genéticos e fisiológicos. O transtorno da personalidade borderline é cerca de cinco vezes mais comum em parentes biológicos de primeiro grau de pessoas com o transtorno do que na população em geral. Também há aumento do risco familiar para transtornos por uso de substância, transtorno da personalidade antissocial e transtorno depressivo ou bipolar.

  • Tratamento:

  • Procure um médico para indicar o melhor tratamento medicamentoso e um terapeuta para tratamento emocional.

  • Fonte: DSM-V

  • Quando não se está bem não é fácil buscar ajuda, mas busque forças para lutar por você, valerá a pena, a luta é grande, às vezes solitária, mas no percurso já é possível colher os frutos do seu esforço e visualizar uma melhor qualidade de vida, se priorize, você é o seu bem mais precioso.

​Síndrome de Burnout

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       Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.  A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. Esta síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.

      A Síndrome de Burnout também pode acontecer quando o profissional planeja ou é pautado para objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir. Essa síndrome pode resultar em estado de depressão profunda e por isso é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos primeiros sintomas.

Sintomas

     A Síndrome de Burnout envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença. Os principais sinais e sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout são:

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  • Cansaço excessivo, físico e mental;

  • Dor de cabeça frequente;

  • Alterações no apetite;

  • Insônia;

  • Dificuldades de concentração;

  • Sentimentos de fracasso e insegurança;

  • Negatividade constante;

  • Sentimentos de derrota e desesperança;

  • Sentimentos de incompetência;

  • Alterações repentinas de humor;

  • Isolamento;

  • Fadiga.

  • Pressão alta.

  • Dores musculares.

  • Problemas gastrointestinais.

  • Alteração nos batimentos cardíacos.

       Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo passageiro. Para evitar problemas mais sérios e complicações da doença, é fundamental buscar apoio profissional assim que notar qualquer sinal. Pode ser algo passageiro, como pode ser o início da Síndrome de Burnout.

 

Diagnóstico

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       O diagnóstico da Síndrome de Burnout é feita por profissional especialista após análise clínica do paciente. O psiquiatra e o terapeuta são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme cada caso. 

      Muitas pessoas não buscam ajuda médica por não saberem ou não conseguirem identificar todos os sintomas e, por muitas vezes, acabam negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar acontecendo.

       Amigos próximos e familiares podem ser bons pilares no início, ajudando a pessoa a reconhecer sinais de que precisa de ajuda. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) está apta a oferecer, de forma integral e gratuita, todo tratamento, desde o diagnóstico até o tratamento medicamentoso.  Os Centros de Atenção Psicossocial, um dos serviços que compõe a RAPS, são os locais mais indicados.

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Tratamento

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       O tratamento da Síndrome de Burnout é feito basicamente com terapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos). O tratamento normalmente surte efeito entre um e três meses, mas pode perdurar por mais tempo, conforme cada caso. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilos de vida.

         A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem ser rotineiros, para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença.  Após diagnóstico médico, é fortemente recomendado que a pessoa tire férias e desenvolva atividades de lazer com pessoas próximas - amigos, familiares, cônjuges etc.

         Os sinais de piora do Síndrome de Burnout surgem quando a pessoa não segue o tratamento adequado. Com isso, os sintomas se agravam e incluem perda total da motivação e distúrbios gastrointestinais. Nos casos mais graves, a pessoa pode desenvolver uma depressão, que muitas vezes pode ser indicativo de internação para avaliação detalhada e possíveis intervenções médicas.

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Prevenção 

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       A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout são estratégicas que diminuam o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início. As principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout são:

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  • Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;

  • Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;

  • Faça atividades que "fujam" à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;

  • Evite o contato com pessoas "negativas", especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;

  • Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;

  • Faça atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc.;

  • Evite consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental;

  • Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica.

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        Outra conduta muito recomendada para prevenir a Síndrome de Burnout é descansar adequadamente, com boa noite de sono (pelo menos 8h diárias). É fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.

        Busque ajuda profissional, cuide-se, se priorize, você pode ter uma vida saudável em seus aspectos primordiais, não pense em momento algum que o que você está passando é um sinal de fraqueza, preguiça ou frescura, você está passando por um momento difícil e precisa de ajuda para superar esse momento.

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