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Estimulação Precoce

           A estimulação precoce é um conjunto de atividades e práticas que visam promover o desenvolvimento de crianças, especialmente aquelas com risco de apresentar atrasos no desenvolvimento motor, cognitivo, social e emocional. O objetivo da estimulação precoce é potencializar as habilidades e capacidades da criança desde os primeiros anos de vida, período considerado crucial para o desenvolvimento do cérebro e de habilidades essenciais para a vida.

         Ela se baseia na ideia de que o cérebro infantil possui uma plasticidade muito grande nos primeiros anos, e estímulos adequados durante esse período podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento da criança, melhorando suas chances de sucesso em diversas áreas ao longo da vida.

Objetivos da Estimulação Precoce:

  1. Desenvolvimento motor: A estimulação precoce visa melhorar a coordenação motora da criança, estimulando o controle dos movimentos e o desenvolvimento das habilidades motoras finas e grossas (como andar, segurar objetos, usar os dedos, etc.).

  2. Desenvolvimento cognitivo: Estímulos que favorecem a percepção, atenção, memória, linguagem e resolução de problemas. Através de brincadeiras e atividades, a criança aprende a interagir com o mundo ao seu redor e a desenvolver habilidades cognitivas essenciais.

  3. Desenvolvimento emocional e social: A estimulação precoce também é importante para o desenvolvimento emocional e social da criança. As interações com pais, cuidadores e outros adultos, além de outras crianças, são fundamentais para a construção de laços afetivos, empatia e habilidades de convivência.

  4. Promoção da linguagem: Estimular a linguagem desde os primeiros meses, com interações que envolvem fala, gestos e escuta, pode acelerar o desenvolvimento da fala e comunicação da criança.

  5. Prevenção de problemas de desenvolvimento: A estimulação precoce é frequentemente indicada para crianças que apresentam riscos de atrasos no desenvolvimento, seja devido a condições como prematuridade, deficiência física, deficiência intelectual ou dificuldades de interação social.

 

Como é feita a estimulação precoce?

As atividades de estimulação precoce são geralmente simples e envolvem brincadeiras e práticas do dia a dia, como:

  1. Brincadeiras sensoriais: Brincar com diferentes texturas, sons, cores e objetos pode ajudar a criança a desenvolver seus sentidos (tato, visão, audição, etc.) e sua percepção do ambiente.

  2. Interações afetivas e de vínculo: O contato físico, o afeto, o sorriso e as conversas simples são fundamentais para o desenvolvimento emocional e social da criança, além de fortalecer o vínculo com os pais ou cuidadores.

  3. Exposição a estímulos visuais e auditivos: Usar brinquedos que emitem sons, cores ou luzes, cantar músicas ou fazer sons variados ajudam na estimulação sensorial e cognitiva.

  4. Estimulação motora: Atividades como colocar a criança para engatinhar, segurar brinquedos com as mãos, apoiar a criança para que ela aprenda a se levantar e andar são importantes para o desenvolvimento motor.

  5. Leitura e contação de histórias: Desde os primeiros meses de vida, ler ou contar histórias para a criança contribui para o desenvolvimento da linguagem e habilidades cognitivas.

  6. Jogos simbólicos: Brincadeiras que envolvem imitação, como brincar de "faz de conta" (simulando que um boneco está comendo ou que a criança está dirigindo um carro), são importantes para o desenvolvimento da imaginação e da linguagem.

 

Profissionais envolvidos na estimulação precoce:

  • Pedagogos: Trabalham com estratégias educacionais e metodológicas para estimular o desenvolvimento cognitivo, motor e social da criança.

  • Psicólogos infantis: Ajudam a compreender o desenvolvimento emocional e social da criança, e podem atuar com técnicas para melhorar a interação e o vínculo com os outros.

  • Terapeutas ocupacionais: Trabalham no desenvolvimento de habilidades motoras e na adaptação de ambientes e atividades para facilitar o aprendizado.

  • Fisioterapeutas: Atuando especialmente no desenvolvimento motor, ajudam na coordenação e no controle corporal da criança.

  • Fonoaudiólogos: Trabalham com a estimulação da linguagem e comunicação, desde a compreensão até a fala.

  • Médicos e neuropediatras: Acompanhamento médico para detectar e tratar eventuais problemas no desenvolvimento da criança.

 

Benefícios da Estimulação Precoce:

  • Desenvolvimento integral: A estimulação precoce contribui para o desenvolvimento de todas as áreas da criança (motoras, cognitivas, emocionais e sociais), favorecendo uma aprendizagem mais completa e equilibrada.

  • Prevenção de atrasos no desenvolvimento: Crianças que recebem estímulos adequados desde cedo têm menos chances de apresentar atrasos no desenvolvimento.

  • Fortalecimento do vínculo afetivo: A interação constante com os pais e cuidadores fortalece os laços afetivos e promove segurança emocional.

  • Melhoria da autoestima: A criança que recebe estimulação adequada tende a se sentir mais segura e confiante em suas habilidades.

  • Facilidade de adaptação escolar: Crianças estimuladas desde cedo têm mais facilidade para se adaptar ao ambiente escolar, pois já desenvolveram muitas habilidades cognitivas e sociais.

 

Estimulação Precoce em Crianças com Necessidades Especiais:

           Em crianças com deficiências ou condições como autismo, síndrome de Down, paralisia cerebral, entre outras, a estimulação precoce pode ser ainda mais importante, pois ajuda a minimizar os impactos da condição e favorece o desenvolvimento de habilidades de comunicação, movimento e interação social.

          A  estimulação precoce é uma prática fundamental para promover o desenvolvimento saudável e pleno das crianças, principalmente em seus primeiros anos de vida, quando o cérebro está em pleno processo de formação e adaptação. Quanto mais cedo uma criança receber estímulos adequados, maiores serão suas chances de alcançar seu potencial máximo de desenvolvimento.

 MODELO DENVER

        O Modelo Denver de Intervenção Precoce ( Early Start Denver Model), é uma forma de terapia dirigida a jovens crianças que apresentam sinais precoces de estar no espectro do autismo. O modelo foi proposto pelas psiquiatras americanas Sally J. Rogers e Geraldine Dawson. Destina-se a ajudar as crianças a melhorar traços de desenvolvimento o mais cedo possível, de modo a reduzir ou eliminar as lacunas nas capacidades entre o indivíduo e seus pares.

        O Modelo Denver visa utilizar “rotinas de atividades conjuntas” que explorem os interesses naturais da criança para explorar o seu potencial de aprendizagem, moldando suas atividades cotidianas com seus cuidadores para maximizar o seu potencial de desenvolvimento de acordo com o diagnóstico que se faça de seu nível de desenvolvimento.

​         Rogers e Dawson descrevem os principais recursos do Denver:

·        uma equipe interdisciplinar que implementa uma rotina de desenvolvimento que aborda todos os domínios;

·        foco no engajamento interpessoal;

·        desenvolvimento da imitação fluente, recíproca e espontânea de gestos, movimentos e expressões faciais e uso de objetos;

·        ênfase no desenvolvimento da comunicação não-verbal e verbal;

·        foco nos aspectos cognitivos do brincar realizado dentro das rotinas de jogo diádico;

·        envolvimento dos pais no processo.

        A intervenção no Modelo Denver começa com a avaliação dos níveis de habilidade da criança nos campos de linguagem, habilidades sociais, imitação, cognição, jogo, habilidades motoras e autonomia. A avaliação serve como linha de base para futuras reavaliações.

        Os resultados desta primeira avaliação são usados para desenhar o plano de intervenção, que descreve as atividades a serem realizadas com a criança pelos pais e terapeutas. Uma equipe interdisciplinar supervisiona o andamento da aplicação do plano e realiza ajustes nele a cada nova avaliação. Os pais também são treinados e desempenham um papel no programa, adotando aspectos das atividades do plano de intervenção da criança em seu cotidiano.

       Entre os domínios trabalhados no plano de intervenção destacam-se: imitação, comunicação não-verbal (incluindo atenção compartilhada), comunicação verbal, desenvolvimento social (incluindo partilha de emoções) e brincadeira.

Para sua aplicação, são usados princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), ciência de aprendizagem bastante indicada para o tratamento de indivíduos com desenvolvimento atípico, como o autismo e deficiência intelectual por exemplo.

     O Modelo Denver como um protocolo de abordagens tem a intenção de estimular a interação social e ajudar no desenvolvimento de pessoas com desenvolvimento atípico. As atividades propostas têm como intenção promover interações sociais positivas, ou seja, que aumentam a motivação da criança na criação de novos contatos sociais e melhoram a capacidade de aprendizagem.

       O modelo DENVER (Rogers & Dawson) de cuidados precoces baseia-se no conhecimento atual sobre a aprendizagem das crianças pequenas e os efeitos do autismo no desenvolvimento. O objetivo deste modelo é reduzir a gravidade dos sintomas e acelerar o ritmo de desenvolvimento em todos os níveis, com ênfase nos domínios cognitivo, social-emocional e linguístico.

        Um dos aspectos mais importantes deste modelo é a evidência científica em que se baseia, já que muitos dos programas que são usados para intervir com este tipo de criança não o têm.

      O DENVER permite a integração de outras técnicas como o PECS (Picture Exchange Communication System), TEACCH (Treatment and Education of Autistic related Communication Handicapped Children), etc., em sua dinâmica. Principais objetivos - Reduzir a gravidade dos sintomas. - Acelerar o ritmo de desenvolvimento infantil em todos os níveis, com ênfase especial no nível cognitivo, socioemocional e linguístico.

         O modelo DENVER é desenvolvido para proporcionar uma intervenção precoce abrangente e intensiva para crianças a partir de 12 meses de idade. As principais características do modelo são as seguintes:

- Equipe multidisciplinar, que é responsável pela implementação de um currículo de desenvolvimento que aborda todas as áreas.

- A interação pessoal é de grande importância.

- O objetivo é conseguir uma imitação natural, fluida, recíproca e espontânea de gestos, movimentos e expressões faciais. Além do uso de objetos.

- Ênfase no desenvolvimento da comunicação verbal e não-verbal.

- Interesse nos aspectos cognitivos das brincadeiras realizadas através de rotinas de brincadeiras diádicas. - Colaboração e participação plena das famílias. Este modelo foi desenvolvido para ser entregue por educadores da primeira infância, psicólogos educacionais, psicólogos clínicos ou de desenvolvimento, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, analistas de comportamento e outros que foram treinados e supervisionados por estes profissionais.

​        Em outras palavras, é um modelo multidisciplinar no qual uma grande variedade de profissionais trabalha juntos, incluindo não apenas os mencionados acima, mas também um neuropediatra para garantir que as necessidades de saúde dessas crianças sejam atendidas.

     A família também é uma parte importante da equipe, não devemos esquecer o papel fundamental que as famílias desempenham no desenvolvimento ideal de seus filhos, pois sua presença é considerada fundamental para o sucesso das intervenções.

        O coordenador ou “COORDENADOR DE CASO” A figura do coordenador do caso pode ser exercida por qualquer um dos diferentes profissionais envolvidos, levando em conta o contexto e as necessidades da criança. Entre suas funções, encontramos as seguintes:

- Avaliar a criança usando a "Curriculum Checklist".

- Desenvolver objetivos a prazo, análise de tarefas para cada objetivo, atividades e sistemas de coleta de dados.

- Registrar isso em um caderno dedicado à intervenção que está sendo realizada.

- Manter contato constante com a família.

- Trabalhar diretamente com a criança. - Garantir que a intervenção esteja ocorrendo com sucesso e que a criança esteja fazendo progressos.

- Revisar os dados coletados semanalmente.

- Dirigir todas as mudanças apropriadas na abordagem do ensino.

- Desenvolver e implementar planos de reforço para comportamentos positivos.

- Consulte outros profissionais quando precisar de informações sobre sua disciplina.

- Fornecer o treinamento necessário para o pessoal auxiliar, quando necessário. Levando em conta todas as suas funções, pode-se dizer que o coordenador do caso tem um papel fundamental e muito necessário na intervenção. É essencial que haja uma figura de referência neste tipo de intervenção, na qual a equipe é multidisciplinar, pois alguém deve estar encarregado de organizar todo o processo e representar cada um desses profissionais. Além disso, a existência do coordenador do caso é importante tanto para a família quanto para a própria criança.

​        Desta forma, a comunicação com a família é facilitada. Esta comunicação constante que ocorre entre a família e o responsável pelo caso não só os incentiva a falar sobre como a intervenção está indo, mas também beneficia outros aspectos, tais como a confiança que é criada entre eles, um sentimento de segurança em relação ao trabalho que está sendo realizado com seus filhos, etc. Esta relação mais estreita que é formada entre ambas as partes aumentará o sucesso da intervenção, pois é muito provável que desta forma a família esteja mais envolvida na intervenção.

       Quanto ao benefício para a criança, temos que levar em conta as características das crianças pequenas com autismo, de modo que o fato de haver apenas uma pessoa encarregada principalmente de sua intervenção também lhes proporcionará mais confiança, segurança e continuidade.

     A figura do coordenador do caso facilita que a intervenção seja mais organizada e estruturada, dando assim melhores resultados.  O fato de ser uma pessoa que está encarregada de refletir a avaliação na Checklist e planejar a intervenção, fornece informações muito mais claras e precisas sobre as necessidades que a criança pode apresentar, pois se cada profissional estivesse encarregado de realizar sua parte e depois comunicá-la aos outros, muitos dados relevantes seriam perdidos, levando em conta a dificuldade que pode estar envolvida em reunir todos os profissionais ao mesmo tempo, o tempo todo.

    Desta forma, o responsável pelo caso pode detectar mais rapidamente quais são as necessidades da criança, suas características, como ela está evoluindo e se a intervenção é benéfica.

      O currículo que segue este modelo é obtido através do "Curriculum Checklist". Nesta lista aparecem as várias habilidades específicas, ordenadas de acordo com o nível de desenvolvimento, dentro de cada uma das diferentes áreas:

·        comunicação expressiva,

·        comunicação receptiva,

·        atenção conjunta,

·        imitação,

·        habilidades sociais, jogo,

·        habilidades cognitivas,

·        habilidades motoras finas,

·        habilidades motoras brutas, e finalmente,

·        habilidades de autocuidado.

​       Embora levando em conta algumas dessas habilidades, deve-se observar que o modelo DENVER dá mais peso a cinco delas: imitação, comunicação não verbal (incluindo atenção conjunta), comunicação verbal, desenvolvimento social e jogo.

       No início do programa, as habilidades da criança são avaliadas para determinar seu nível atual, usando a Curriculum Checklist. Uma vez coletados todos esses dados, são desenvolvidos objetivos de aprendizagem, com o objetivo de que a criança possa atingi-los durante as próximas 12 semanas. No final deste período, o procedimento é o mesmo novamente, outros objetivos de aprendizado são reescritos para as 12 semanas seguintes. A fim de tornar esta intervenção o mais individualizada possível, os seguintes aspectos devem ser levados em consideração:

- Desenvolver um currículo de desenvolvimento que leve em conta as necessidades de aprendizagem de cada criança.

- Prestar atenção às preferências e interesses da criança a fim de individualizar materiais e atividades.

- Acrescentar os valores, necessidades e preferências da família aos objetivos da criança, facilitando assim o uso do programa em casa e em outros ambientes comunitários.

- Usar uma árvore de decisão que permita ao terapeuta fazer mudanças apropriadas nos procedimentos de ensino que estão sendo usados quando o progresso é muito lento. Em termos dos procedimentos didáticos utilizados, o ensino neste modelo é integrado a partir de atividades lúdicas.

​     Vários objetivos de diferentes domínios de desenvolvimento são abordados e tudo isso ocorre a um ritmo muito rápido. A importância é colocada no "ensino eficiente", pois estas crianças têm muito a aprender, mas a janela de tempo disponível para elas é muito limitada. Além disso, esses procedimentos reproduzem situações que são reais e naturais para a criança, o que permite que elas sejam ensinadas em uma variedade de ambientes, tais como contextos familiares, escolares e clínicos.

        O modelo DENVER é projetado para crianças que iniciam a intervenção aos 1-3 anos de idade e continuam até os 4-5 anos de idade. Um aspecto importante do projeto é que ele não contempla a intervenção com crianças maiores de 5 anos, mesmo que suas habilidades de desenvolvimento atuais correspondam às do programa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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